Em defesa do jornalismo: solidariedade a Patricia Campos Mello

· Notas Públicas

Ontem, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das fake news, a jornalista Patricia Campos Mello foi vítima de ataques inadmissíveis por parte do depoente Hans River, ex-funcionário da empresa Yacows, especializada em disparos em massa de mensagens de Whatsapp.

Sem nenhuma evidência ou compromisso com a verdade, o depoente fez sérias acusações contra a jornalista, gerando uma onda de ofensas em seus perfis nas redes sociais que tentaram ferir suas imagens pessoal e profissional. O ataque soma-se aos recorrentes casos de intimidação e agressão a veículos de imprensa e jornalistas, ferindo o princípio constitucional de liberdade de imprensa e expressão. Trata-se ainda de uma tentativa de desmoralização à instituição da CPMI, instância relevante para a investigação de crimes e escândalos no Brasil.

Em tempos de banalização do ódio e do absurdo, é preciso denunciar a estratégia de destruição de reputações e instituições.

Os democratas deste país não podem observar calados à busca sistemática de degradação da reputação de jornalistas, adversários políticos, organizações da sociedade civil e todos os que façam críticas ao governo.

O que Hans River fez ontem foi "subir a barra" das dinâmicas de hostilidade e linchamento virtual. A linha que ele cruzou é a de mentir escancaradamente em uma instância em que a mentira é considerada crime. Não apenas proferiu inverdades com o intuito de se defender, mas mentiu atacando pessoas e instituições que vêm investigando e denunciando a indústria que prolifera notícias falsas no Brasil.

Os democratas deste país não podem observar calados à busca sistemática de degradação da reputação de jornalistas, adversários políticos, organizações da sociedade civil e todos os que façam críticas ao governo.

O único jeito de impedir que esse tipo de comportamento seja premiado é a repreensão pública por parte de atores políticos de diversos campos, bem como a punição em âmbito legal pelo crime que representa. Esta nota, assinada por diversos atores da sociedade civil, atende ao primeiro ponto. E seguiremos atentos na exigência de que as devidas medidas judiciais sejam tomadas.

Solidarizamo-nos com Patricia, jornalista premiada internacionalmente, e a parabenizamos por sua força e coragem diante deste episódio marcado por tantas atrocidades. Seguimos firmes e fortes ao seu lado no combate à indústria de fake news, e na defesa das instituições e da democracia brasileiras. 

Organizações que assinam essa nota:

  1. ABI - Associação Brasileira de Imprensa
  2. Abong - Associação Brasileira de ONGs
  3. Ação Educativa
  4. Agência Solano Trindade
  5. Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
  6. Bancada Ativista
  7. BrCidades
  8. Brasil 21
  9. Casa Fluminense
  10. CENPEC Educação 
  11. CHAMA
  12. Cidade Escola Aprendiz
  13. Conectas Direitos Humanos
  14. Congresso em Foco
  15. Delibera Brasil 
  16. Fundação Avina
  17. Frente Favela Brasil
  18. Grupo Mulheres do Brasil
  19. IDS - Instituto Democracia e Sustentabilidade
  20. Imargem 
  21. INESC
  22. Instituto de Governo Aberto
  23. Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
  24. Instituto Não Aceito Corrupção
  25. Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas 
  26. Instituto Vladimir Herzog
  27. Instituto Igarapé
  28. Instituto Socioambiental
  29. Instituto Update
  30. Judeus pela Democracia
  31. LabHacker
  32. Movimento Acredito
  33. Movimento AGORA!
  34. Ocupa Política
  35. Open Knowledge Brasil
  36. Oxfam Brasil
  37. Política Viva
  38. ponteAponte
  39. Projeto Saúde e Alegria
  40. Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental
  41. Rede Conhecimento Social
  42. Think Olga
  43. Transparência Brasil
  44. Transparência Capixaba
  45. Vote Nelas 
  46. 342Artes
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